Josedson Santos pergunta:
Pastor Ciro Zibordi, tenho seus livros Erros que os Pregadores Devem Evitar e Evangelhos que Paulo Jamais Pregaria. Admiro seu conhecimento e aproveito para parabenizá-lo. Ouvi certo pregador dizer que o título “rosa de Sarom” é feminino e não há base bíblica para aplicá-lo a Jesus. O que o senhor pode me dizer a respeito disso?
Pastor Ciro responde:
Caro Josedson, a paz do Senhor!
Agradeço-lhe pelas palavras de incentivo. Glória seja dada ao Senhor Jesus!
Quanto ao pregador que afirmou que o título “rosa de Sarom”, mencionado em Cantares 2.1, não se refere a Cristo, ele está certo. E, para se chegar a essa conclusão, é preciso observar com muito cuidado o contexto da passagem citada. Muitos irmãos leem o versículo isolado e acabam deduzindo, erroneamente, que o título alude ao Senhor Jesus.
O livro de Cantares apresenta um diálogo alternante entre a sulamita e seu amado, e é preciso ler cada versículo com atenção para identificar quem está falando. No fim do capítulo 1, o noivo diz: “Eis que és formosa, ó amiga minha, eis que és formosa; os teus olhos são como os das pombas” (v.15). E a noiva responde: “Eis que és gentil e agradável, ó amado meu; o nosso leito é viçoso. As traves da nossa casa são de cedro, as nossas varandas, de cipreste (vv.16,17).
Em Cantares 2.1, a noiva, que terminou falando no fim do capítulo 1, prossegue: “Eu sou a rosa de Sarom, o lírio dos vales”. No versículo 2, o noivo responde: “Qual o lírio entre os espinhos, tal é a minha amiga entre as filhas”, deixando claro que “rosa de Sarom” e “lírio dos vales” se referem à noiva.
Portanto, é a donzela sulamita quem diz: “Eu sou a rosa de Sarom, o lírio dos vales” (Ct 2.1), posto que, logo em seguida, o noivo responde: “Qual lírio... tal é a minha amiga” (Ct 2.2). Ela se compara às flores simples dos campos, numa possível demonstração de que não estava acostumada à aristocracia de Jerusalém. Sarom é a planície litorânea imediatamente ao sul do monte Carmelo (cf. Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD, p.984).
CSZ