segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Pecado para a morte

Luciana Sanches de Castro pergunta:

Graça e Paz Pastor Ciro.

Eu tenho uma dúvida em 1 João 5.16 e 17. Não entendi o que é pecado para morte. Será que o senhor poderia me explicar?

Obrigada.

Pastor Ciro responde:

Olá, Luciana!

Na Bíblia são mencionados os pecados que são para morte e os que não são para morte. Todo pecado é transgressão diante de Deus, mas nem todo pecado é igual aos olhos de Deus. O pecado tem gradação, como se vê nas seguintes expressões bíblicas: “grande pecado” (Êx 32.30,31; 1 Sm 2.17; Sl 25.11; Am 5.12); “maior pecado” (Jo 19.11); “muito grande pecado” (1 Sm 2.17; 2 Sm 24.10 com 1 Cr 21.8,17); “muitos pecados” (Lc 7.47); “multidão de pecados” e “multiplicar pecados” (Ez 16.51; Os 13.2; Tg 5.20).

O pecado para morte (1 Jo 5.16), dependendo de sua gradação, traz como conseqüências: sofrimentos, morte espiritual, morte física e até perdição eterna. São, na verdade, tipos de pecado que levam o seu praticante à morte física prematura, como: desobediência deliberada (1 Rs 13.26); incesto (1 Co 5.5); murmuração (1 Co 10.5); profanação (1 Co 11.29-32); desvio (Jr 16.5,6); tentar a Deus (Nm 14.29,32,35; 18.22; 27.12-14); falsidade (At 5.10); rebeldia, não a momentânea, mas como estado (Ef 6.3), etc.

Esse tipo de pecado, como um estado, envolve transgressão e desobediência deliberadas, continuadas, conscientes. Os praticantes desse tipo de pecado estão mortos espiritualmente e somente poderão receber a vida caso se arrependam de verdade. E o verdadeiro arrependimento envolve intelecto, sentimento e vontade. O arrependimento de Judas, por exemplo, foi incompleto, posto que envolveu apenas a parte sentimental e possivelmente a intelectual, não resultando em ação, como no caso de Pedro. Na parábola dos dois filhos (Lc 15) vemos que o filho pródigo teve um arrependimento completo.

Quando ao que diz a Palavra de Deus sobre não orar pelos que pecam para a morte (1 Jo 5.17), isso não quer dizer que não devamos interceder por essas pessoas — pois o crente deve orar até pelos seus inimigos (Mt 5.44; Sl 109.4) —, mas somente que não haverá certeza de uma resposta. Isso porque o Senhor respeita o livre-arbítrio (2 Cr 15.2; 26.5; 1 Sm 2.30).

Vale ressaltar que qualquer pecado, mesmo perdoado, não nos exime dos seus maus efeitos, das suas conseqüências; do seu castigo aqui (Sl 99.8; Nm 14.19-23). O perdão de Deus nos exime da condenação como filhos de Deus, porém o castigo aqui tem a ver com o nosso aprendizado espiritual aqui; há crentes que só aprendem “apanhando”. E mais: o tempo não apaga, não desfaz o pecado. Lembra-se da atitude do copeiro que teve o sonho interpretado por José? “Então, falou o copeiro-mor a Faraó, dizendo: Dos meus pecados me lembro hoje” (Gn 41.9). Medite também em 2 Coríntios 12.21.

A paz do Senhor!

CSZ