terça-feira, 16 de setembro de 2008

Línguas estranhas

Tatiana Lima pergunta:

A paz do Senhor, irmão Ciro! Gostaria de parabenizá-lo pelo blog e também pelos livros, principalmente Evangelhos que Paulo Jamais Pregaria (excelente). Os outros são muito bons também.

Na leitura de todo o capítulo 14 de 1 Coríntios, referente ao falar em línguas na igreja, entendo que, se não houver intérprete, que o crente fique calado, dirigindo-se a Deus e, silêncio (v.28). Então, pelo que está escrito, podemos concluir que não precisamos falar em línguas em voz alta na igreja?

Não pense que sou contra o falar em línguas, mas a Bíblia diz que temos que falar “consigo mesmo e com Deus”. Não venha me chamar de “geladeira”, a menos que seja “Brastemp” (risos).

Pastor Ciro responde:

Prezada Tatiana, a paz do Senhor!

Gostei muito do seu senso de humor. Agradeço-lhe pelos parabéns e pelas palavras de incentivo. É claro que a nossa força vem do Senhor (Ef 6.10; 1 Pe 5.6,10), mas pessoas como a irmã também me motivam a continuar escrevendo e pregando o evangelho de Cristo.

Por que a Palavra de Deus diz: “... se não houver intérprete, esteja calado na igreja e fale consigo mesmo e com Deus”? Porque nem sempre conseguimos discernir se as línguas que pronunciamos são tão-somente para a nossa edificação ou se contêm uma mensagem profética que necessita de interpretação.

Realmente, ficar falando em línguas estranhas o tempo todo, sem nenhuma ordem, não convém ao crente espiritual (1 Co 14.37,40). É o Espírito Santo quem gera em nós, sobrenaturalmente, essas línguas, mas “os espíritos dos profetas estão sujeitos aos próprios profetas” (v.32). Ou seja, a despeito de o Espírito Santo nos usar, dando-nos essas línguas, nós devemos saber como e quando usar esse dom, pois todo poder sem controle é um desastre.

O fogo é bom para aquecer, cozinhar, etc., mas sob controle. Caso contrário, temos um incêndio! O mesmo se aplica à eletricidade. Ela é importante e necessária, mas sob controle. Deus não é Deus de confusão (1 Co 14.33). Quando, em um culto, sentimos a motivação proveniente do Espírito Santo, podemos falar em voz alta. Mas, se percebermos que não se trata de uma mensagem profética ou, se não houver intérprete, o correto, biblicamente, é nos controlarmos e glorificarmos a Deus em tom baixo.

Diante do exposto, as línguas não devem ser usadas para o crente se exibir, como tenho visto. Mas também reconheço que, às vezes, quando a glória de Deus se manifesta de maneira mais intensa, temos de extravasar um pouco mais, o que não deve ser a regra, e sim a exceção. O culto genuinamente pentecostal tem ordem e decência.

Em Cristo,

CSZ