domingo, 18 de julho de 2010

Fumar é pecado? Por quê?

Há alguns dias, senti-me estimulado a responder à pergunta acima depois de ter conversado com o meu amigo Eli Felete, pastor-presidente da Assembleia de Deus Ministério Rocha Eterna, de Lisboa, Portugal. Muitos irmãos em Cristo, inclusive pastores, ficam inculcados com o fato de eminentes cristãos do passado terem supostamente apreciado o fumo e com a não ocorrência de mandamentos que tratem especificamente do ato de fumar.

Em primeiro lugar, não existe mesmo um mandamento bíblico específico a respeito do uso do tabaco, como “Não fumarás”. Também não está contido em Apocalipse — e em nenhuma outra parte das Escrituras! — o versículo que muitos citam para combater o vício: “Os viciados não herdarão o reino de Deus”. Mas precisamos ter em mente que a Bíblia é um livro de mandamentos gerais e específicos, bem como de princípios.

Há uma tendência mundial de se opor ao tabagismo e restringi-lo em lugares públicos. Os ministérios da saúde de diversos países não têm medido esforços para alertar a população acerca dos riscos de ingerir as substâncias tóxicas contidas na chamada “chupeta do demônio”. Segue-se que o ato de fumar, além de causar mal à saúde, tem uma péssima fama e não passa no teste de Filipenses 4.8. Além disso, e consequentemente, fumar é uma ação contrária ao mandamento de 1 Tessalonicenses 5.22: “Abstende-vos de toda aparência do mal”. Em outras palavras, o cristão deve evitar o pecado e tudo o que parece pecado.

Conquanto não haja proibição expressa ao ato de fumar, nem todas as coisas lícitas (não proibidas) convêm ao salvo em Cristo (1 Co 6.12). Considerando que: (1) o consumo de tabaco gera dependência e, como se sabe, é prejudicial à saúde; (2) o cristão é templo do Espírito Santo (1 Co 6.19,20); e (3) a Bíblia diz que aquele que destrói esse templo, Deus o destruirá (1 Co 3.16,17), podemos concluir que o ato de fumar não é conveniente ao servo do Senhor.

Apesar de não haver na Bíblia mandamentos específicos a respeito do fumo, existem princípios e mandamentos gerais que condenam o ato de fumar. Mesmo não havendo no texto sagrado o mandamento “Os viciados não herdarão o reino de Deus”, o servo do Senhor que se preza sabe que qualquer tipo de vício não se coaduna com uma vida de comunhão com Deus (Jó 11.11; Dn 6.4).

Na relação das obras da carne mencionam-se a prostituição, a glutonaria, as bebedices, várias outras obras e “coisas semelhantes a estas” (Gl 5.19-21). É evidente que o ato de fumar é uma dessas “coisas” similares àquelas que destroem o templo do Espírito Santo. Qualquer ação consciente por parte do cristão que venha a destruir o seu corpo, que é templo do Espírito, trata-se de uma das obras da carne. E, segundo a Bíblia, “não herdarão o reino de Deus os que tais cousas praticam” (v.21, ARA).

Portanto, fumar hoje, principalmente, é um ato antissocial, feio, prejudicial à saúde e, acima de tudo, pecaminoso, à luz dos mandamentos e princípios gerais das Escrituras. Mas, se algum apreciador de cachimbo, charuto ou cigarro que se diz cristão me achar legalista, que reclame com o Autor da Palavra de Deus! É Ele quem nos ordena a sermos santos em toda a nossa maneira de viver (1 Pe 1.15), não é mesmo?

Em Cristo,

CSZ