segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Dízimo é coisa do passado?

Luiz Carlos Nunes pergunta:

Vou lhe fazer um questionamento. Sendo o assunto muito delicado, creio que ficará receoso de falar abertamente. Mas, vamos lá! Conto com a sua sinceridade, e a sua resposta ficará comigo. Deletarei o e-mail após lê-lo; esta é a palavra de um cristão.
Qual é a base bíblica para a cobrança do dizímo no Novo Testamento, pois se o sábado era antes da lei e foi abolido, por que o dizimo que foi antes da lei também não foi abolido? Sou dizimista fiel e não pretendo parar de dizimar, pois creio estar semeando no Reino de Deus. Apenas quero estar ciente das coisas.

Luiz Carlos

Pastor Ciro responde:

Prezado irmão Luiz Carlos,

A paz do Senhor!

Resolvi publicar a sua pergunta aqui porque não vejo motivos para tratarmos do assunto em pauta de maneira sigilosa. Nesses últimos dias, muitas verdades da Palavra de Deus vêm sendo abandonadas, enquanto outras, conquanto extrabíblicas, apresentadas como verdadeiras. É o caso do pensamento, que a cada dia ganha novos adeptos, de que o dízimo é coisa do passado.

Ora, ainda que ofertar e dar o dízimo sejam atos voluntários, e não meios de chantagem ou negociação com Deus, não há dúvidas de que também são mandamentos com promessas para o crente, hoje. Se não há muita ênfase ao dízimo no Novo Testamento, também não existem passagens desaprovando esse tipo de contribuição. E, nesse caso, os mandamentos veterotestamentários, conquanto tenham sido dirigidos especificamente a Israel, revestem-se de importância e aplicam-se a nós, como demonstra a Epístola aos Hebreus. Afinal, tudo quanto dantes foi escrito, para o nosso ensino foi escrito (Rm 15.4).

Não é só o Antigo Testamento, como muitos pensam, que apresenta o dízimo como uma obrigação do crente, conquanto não devamos contribuir por obrigação, e sim espontaneamente (Êx 25.2; Ml 3.8-10). Jesus referiu-se ao dízimo como sendo um dever quando disse aos fariseus: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho e desprezais o mais importante da lei, o juízo, a misericórdia e a fé; deveis, porém, fazer essas coisas e não omitir aquelas” (Mt 23.23, grifo meu).

Alguém argumentará: “De acordo com a Hermenêutica, um único versículo não pode servir de base para uma doutrina”. Bem, procura-se quem inventou essa falácia! Com certeza, não é um professor de Hermenêutica temente a Deus o autor dessa equivocada regra. Afinal, o que o Senhor disse é verdade. E ponto final. Se Ele disse que é dever valorizar o mais importante da lei, o juízo, a misericórdia, a fé e o dízimo, cabe a nós atentar para isso, e não para os que não querem andar segundo as Escrituras.

Em Cristo,

CSZ