sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Escritor deve pedir perdão aos que se sentem ofendidos?


Alguns leitores perguntam:

Pastor Ciro, por que o irmão não pede perdão ao pastor que o xingou de canalha e rasgou o seu livro diante de milhares de pessoas? Por que não põe logo um ponto final nessa polêmica?

Pastor Ciro responde:

Prezados leitores, tenho procurado — em meus blogs, livros e artigos — sempre analisar à luz da Bíblia mensagens, práticas, manifestações, etc. Não ataco pessoas, pois não temos de lutar contra a carne e o sangue, mas contra o mal (Ef 6.10-12).

Mesmo assim, reconheço que nem todas as pessoas estão preparadas para receber críticas, ainda que indiretas, e podem reagir das mais diversas formas.
Algumas reconhecem os seus erros e até me procuram, como um famoso pregador que, com lágrimas nos olhos, disse: “Pastor Ciro, tudo o que está escrito em seu livro Erros que os Pregadores Devem Evitar eu vinha praticando, mas Deus falou ao meu coração, e partir de agora tudo será diferente”.

Outras pessoas não reconhecem o erro, mas permanecem em silêncio; ou seja, simplesmente ignoram a crítica. Outras também não reconhecem o erro, mas tentam se aproximar de mim, a fim de se tornarem amigas, pensando que, com isso, eu deixarei de condenar os erros que elas cometem. É claro que eu não nego amizade a ninguém, porém, como não combato pessoas, e sim heresias e modismos, não é por causa de uma amizade que eu deixarei de cumprir o ministério que Deus me outorgou.

Mas há outras que, revoltadas, optam por me xingar, me ameaçar, rasgar meus livros
— na verdade, eu só conheço uma pessoa que fez isso —, demonstrando total insegurança, pois, se são verdadeiramente chamadas por Deus e estão certas, não é este expoente que impedirá a obra que Deus supostamente realiza por meio delas, não é mesmo?

Há também a turma do deixa-disso, que vive dizendo: “Pastor Ciro, por que o irmão não conversa com o fulano, em vez de escrever sobre os erros dele? Por que vocês não se acertam?” Ora, quem me pede isso é porque sequer entendeu quais são as minhas motivações. Se não escrevo para atingir pessoas, e sim para combater o erro, logo tenho plena convicção de que não ofendi a ninguém. Mas o problema é que as tais pessoas ficam indignadas por terem vestido a famigerada carapuça.

Não nego, repito, amizade a ninguém que seja sincero, mas
amigo diz a verdade. Eu tenho amigos que não concordam com uma parte do que eu escrevo, porém eu continuo denunciando à luz da Palavra de Deus os seus erros, ainda que eles continuem pensando que estão certos. Não estou contra eles, propriamente. Nem eles estão contra mim em razão de não concordarem comigo. Não obstante, há também aqueles que cometem erros tão graves, a ponto de ser impossível uma aproximação entre nós. É nesse grupo que se encontra o expoente que me xingou e rasgou meus livros.

Agradeço os amados leitores que me pedem para me reconciliar com o tal pregador, pedindo perdão a ele. Mas, a despeito de isso ser possível, caso haja disposição de ambas as partes, continuaremos em lados opostos. O tal encontro não mudaria os nossos ideais. Por quê? Porque a minha questão não é com ele. Nem a dele comigo! É com o Deus da Palavra que temos de tratar.

Portanto, a
despeito de a pergunta em pauta sugerir que haja pendências pessoais entre mim e outro expoente, isso não procede, pelo menos de minha parte. Nunca escrevi para agradar ou atacar pessoas. Eu posso conversar com o tal expoente, um dia, podemos ter um diálogo saudável, mas eu continuarei contrário ao que ele prega, a menos que ele mude. Por outro lado, ele poderá continuar pensando que está certo e que eu estou errado. Não estamos diante de um problema pessoal. As minhas motivações e as dele são distintas. Quanto a mim, tenho convicção de que sou
movido por amor ao Deus da Palavra e à Palavra de Deus.

Em Cristo,

CSZ

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

O título “rosa de Sarom” aplica-se a Jesus?

Josedson Santos pergunta:

Pastor Ciro Zibordi, tenho seus livros Erros que os Pregadores Devem Evitar e Evangelhos que Paulo Jamais Pregaria. Admiro seu conhecimento e aproveito para parabenizá-lo. Ouvi certo pregador dizer que o título “rosa de Sarom” é feminino e não há base bíblica para aplicá-lo a Jesus. O que o senhor pode me dizer a respeito disso?

Pastor Ciro responde:

Caro Josedson, a paz do Senhor!

Agradeço-lhe pelas palavras de incentivo. Glória seja dada ao Senhor Jesus!

Quanto ao pregador que afirmou que o título “rosa de Sarom”, mencionado em Cantares 2.1, não se refere a Cristo, ele está certo. E, para se chegar a essa conclusão, é preciso observar com muito cuidado o contexto da passagem citada. Muitos irmãos leem o versículo isolado e acabam deduzindo, erroneamente, que o título alude ao Senhor Jesus.

O livro de Cantares apresenta um diálogo alternante entre a sulamita e seu amado, e é preciso ler cada versículo com atenção para identificar quem está falando. No fim do capítulo 1, o noivo diz: “Eis que és formosa, ó amiga minha, eis que és formosa; os teus olhos são como os das pombas” (v.15). E a noiva responde: “Eis que és gentil e agradável, ó amado meu; o nosso leito é viçoso. As traves da nossa casa são de cedro, as nossas varandas, de cipreste (vv.16,17).

Em Cantares 2.1, a noiva, que terminou falando no fim do capítulo 1, prossegue: “Eu sou a rosa de Sarom, o lírio dos vales”. No versículo 2, o noivo responde: “Qual o lírio entre os espinhos, tal é a minha amiga entre as filhas”, deixando claro que “rosa de Sarom” e “lírio dos vales” se referem à noiva.

Portanto, é a donzela sulamita quem diz: “Eu sou a rosa de Sarom, o lírio dos vales” (Ct 2.1), posto que, logo em seguida, o noivo responde: “Qual lírio... tal é a minha amiga” (Ct 2.2). Ela se compara às flores simples dos campos, numa possível demonstração de que não estava acostumada à aristocracia de Jerusalém. Sarom é a planície litorânea imediatamente ao sul do monte Carmelo (cf.
Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD, p.984).

CSZ